terça-feira, 31 de julho de 2012

Na mão: headset Razer Tiamat



A Razer é conhecida por fazer periféricos de altíssimo nível, “de gamers , para gamers”. Ou seja, você até pode usar o headset Tiamat para ouvir suas músicas e conversar com a namorada no Skype, mas ele foi feito para jogar!
Seus 10 drivers garantem um som surround 7.1 e ele reproduz  o som dos games como se fosse na vida real (talvez até melhor que isso): com canais específicos para subwoofer, som traseiro e lateral, dá para ouvir os passos do inimigo chegando, por exemplo, e não ser morto pela faquinha.

O controlador de volume fica numa peça grande e pesada, que deve ficar sobre a mesa. Também dá para equalizar o volume de cada canal com esse componente, inclusive o do microfone.

Caso seu computador não tenha as entradas de som necessárias, é claro que ele também funciona, mas com som 2.0. E, pelo preço de 880 reais, não compensa um headset como o Tiamat se não puder aproveitar todo o potencial dele.

Este é o mais próximo de uma compacta a que câmeras de alta velocidade podem chegar

Fastec TS3.
Tudo na vida é mais legal e épico em câmera lenta. Então a nova câmera compacta de alta velocidade TS3, da Fastec, é mais fácil de carregar do que o equipamento tradicional de slow motion, permitindo que você capture e estude movimentos espontâneos quadro a quadro. Lembre-se, a melhor câmera de alta velocidade é aquela que você tem à mão.

com 22,8 cm de comprimento e pesando quase 2,3 kg, você provavelmente não levará a TS3 no seu bolso para cima e para baixo o dia todo. Mas para registros remotas ou aventuras extremas onde carregar um equipamento maior e mais pesado é problemático, esta é a solução perfeita. Em sua resolução máxima não-16:9 de 1280×1024, a câmera é capaz de capturar 500 quadros por segundo. Mas em resoluções mais baixas imagina-se que ela consiga rodar a 20 mil fps.
A câmera é compatível com lentes Nikon C ou F, mas tenha em mente que embora o seu tamanho a torne fácil de ser transportada, em muitas situações você provavelmente precisará de iluminação adicional para compensar as altas velocidades do obturador. Isso porque a TS3 tem ISO máximo de 1600 quando gravando em cores. Como opções de armazenamento, um drive SSD embutido de até 256 GB é opcional, mas conectores profissionais de entrada/saída de vídeo permitem que você envie o sinal a outro dispositivo de gravação quando mais espaço for requisitado.
Um canal do YouTube épico vale os US$ 14 mil a US$ 25 mil que se cobra nessa câmera, dependendo da configuração? Definitivamente. [Fastec]
Fastec TS3: quase compacta.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

A conexão à Internet via fibra de 1000 Mb/s do Google foi lançada hoje



A inacreditável banda larga de 1000 Mb/s do Google finalmente foi lançada hoje em Kansas City. O serviço não tem limite de banda, não tem taxas absurdas e vem com 1 TB (!) de espaço gratuito na nuvem.

Além da conexão super rápida à Internet, o Google também trouxe um novo serviço de TV chamado Google Fiber Television. O serviço se parece muito com o Google TV, mas é mais limpo e pode gravar até 500 horas de programas em alta definição. Haverá apps remotos para iOS e Android, ambos com controle por voz e em algum ponto futuro também terão streaming de vídeo. O pacote de TV terá toda a rede aberta, junta com centenas de “canais Fiber”.
Ah, e o controle remoto padrão? Um Nexus 7. Que você recebe de graça quando assina um pacote de TV.
Existe uma taxa de construção de US$ 300 para instalar a conexão em sua casa, porém. Mas o Google está anulando essa taxa para novos clientes neste início. A Internet e o pacote de TV, junto com 1 TB de armazenamento, custa US$ 120 por mês. A Internet apenas, com o 1 TB, custa US$ 70/mês. E se você decidir pagar pela taxa de construção, ganha a opção de um pacote de Internet GRATUITO de 5 Mb/s para download e 1 Mb/s para upload. É possível parcelar o pagamento em US$ 25 por mês no primeiro ano, com no mínimo 7 anos de serviço gratuito também.
Sabíamos que o Google poderia ter algo como o Google Fiber Television sendo feito. Agora que ele se tornou realidade, fica claro que todas as empresas estão tenta reinventar a TV. O Google se transformou em uma provedora a cabo; o Roku foi absorvido por uma criadora e distribuidora de conteúdo; e a Apple está observando tudo.
A distância entre o Google Fiber e a concorrência é cômica. Embora o Google Fiber só esteja disponível em Kansas City no momento, o mais próximo que você pode chegar da sua velocidade é com a conexão via FiOS de 300 Mb/s da Verizon, que até chega à velocidade prometida, mas em geral opera em uma bem mais baixa. E ainda assim é mais de três vezes mais lenta que a conexão gigabit que o Google acabou de lançar.
Esse alcance e desempenho fez com que competidoras ficassem assustadas o bastante para oferecem recompensas por informações in loco do Google Fiber. [Google Fiber, The Verge, Engadget]




sábado, 21 de julho de 2012

Bateria portátil recarrega até 10 aparelhos




O laboratório de pesquisas Edison Junior Design Laboratory desenvolveu uma solução para quem sempre necessita de uma bateria extra para seu dispositivo móvel.
O recarregador POP traz quatro cabos retráteis de 1,2 metro com adaptadores duplos microUSB e para iPhone, além de uma bateria extra de 25.000 mAh com potência suficiente para carregar até 10 smartphones.

O projeto, que está disponível no site de crowdfounding Kickstarter, é oferecido em diversas versões a partir de US$ 150. Isso, claro, se atingir o valor de US$ 50 mil em investimentos.
O POP possui dimensões de 16 centímetros de altura por 12 centímetros de circunferência. O aparelho possui suporte para iPad, Kindle, Kindle Fire, iPhone, dispositivos Android e qualquer outro equipamento que utilize conexões microUSB.

O projeto já atingiu 30 mil dólares e ainda tem 43 dias para encerrar sua captação de investimentos. Se tudo der certo para a empresa, a intenção é iniciar as vendas do dispositivo até o final deste ano.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Fotógrafo iguaçuense corre e filma a Meia Maratona das Cataratas

 

Marcos Labanca já havia desafiado algumas corridas curtas. Porém, no último dia 8 de julho realizou o seu maior desafio no mundo das corridas de rua. Enfrentou a Meia Maratona das Cataratas, prova considerada, a mais fascinante do atletismo nacional, em Foz do Iguaçu (PR).  Além de buscar ar para o pulmão, resistência, o corredor ainda teve a preocupação de registrar todos os movimentos da corrida com uma câmera portátil afixada a um suporte de ferro.


Para o estreante nos 21 km, o tempo de 2 horas e 48 minutos para concluir foi apenas um detalhe. Apesar da dificuldade e do cansaço o corredor revela a emoção de desafiar a Meia Maratona das Cataratas de uma forma diferente. “Correr com a câmera é muito divertido. Embora incomode um pouco pelo fato de ter que carregar um bastão que pesa em média umas 750 gramas. Foi muito bom chegar. Senti a sensação de vitória”, revelou Labanca.

O fotógrafo iguaçuense pegou gosto pela corrida e promete novos desafios!
Mais informações do profissional
www.facebook.com/marcos.labanca
@marcoslabanca
(H2FOZ – www.h2foz.com.br)

As novas Smart Cameras da Samsung têm Wi-Fi e conversam com redes sociais

WB850F.
 
Uma das grandes vantagens dos smartphones sobre as câmeras compactas é a conectividade: tire uma foto e, imediatamente, suba ela para uma rede social ou faça backup na nuvem (ah, Dropbox…). Com as suas novas câmeras Smart, a Samsung espera diminuir essa desvantagem: elas vêm com conexão Wi-Fi e prontas para conversar com serviços bem populares da web.

São quatro modelos, a saber:
  • DV300F: o mais básico, com resolução de 16,1 MP, zoom óptico de 5x, lente com grande angular de 25mm e estabilização de imagem. Vem com cartão de memória de 4 GB e se diferencia das demais por ter duas telas: a tradicional traseira, de 3″, e uma frontal de 1,5″. É para aposentar o espelho na hora de fazer autorretratos. Preço sugerido de R$ 699.
  • ST200F: a mesma resolução (16,1 MP), mas com zoom maior, de 10x, e gravação de vídeo em alta definição. Acompanha cartão de 4 GB. Nas cores preta e vermelha, tem preço sugerido de R$ 799.
  • WB150F: é a “estrela” da linha, segundo a Samsung. Resolução de 14,2 MP, lente Schneider-KREUZNACH com grande angular de 24mm, zoom óptico de 18x e estabilização de imagem. Filma em HD, acompanha cartão de 8 GB. Nas cores preta e branca, preço sugerido de R$ 899.
  • WB850F: topo de linha, com zoom óptico de 21x, lente Schneider-KREUZNACH com grande angular de 23mm e cartão de memória de 8 GB. De diferente, filma em Full HD e traz um módulo GPS embutido. O preço sugerido é de R$ 1.499, apenas na cor preta.
A integração com a nuvem se dá através de serviços como Facebook, Picasa, Photobucket e YouTube. É possível, ainda, fazer backup para um computador ou para o SkyDrive, da Microsoft, e o bom e velho email não foi esquecido — você pode mandar fotos para um endereço qualquer. As câmeras ainda contam com o recurso Mobile Link, que faz elas “conversarem” com smartphones Android e inclusive transforma um em viewfinder — isso deve ser legal para disparar fotos de longa exposição. Também traz DLNA e Wi-Fi Direct. São, de fato, câmeras conectadas.
O Henrique usou uma WB850F e pôde brincar com ela nas ruas de São Paulo. Tem várias fotos-exemplo no Facebook do ZTOP. Todos os modelos terão dois anos de garantia e virão com bolsa para transporte. Elas estarão à venda ainda no mês de julho.

Caos das operadoras, dia 2: o problema são as antenas?

No dia seguinte ao anúncio da suspensão na venda de planos de voz e dados por Claro, Oi e TIM estipulado pela Anatel, as operadoras contra-atacaram ao mesmo tempo em que órgãos de defesa do consumidor apoiaram a decisão da agência. Uma delas, a Claro, já apresentou um plano de investimentos.

A suspensão foi determinada pela pior posição em cada estado segundo os estudos da Anatel. Nessa, TIM (19 estados), Oi (5 estados) e Claro (3 estados) não poderão vender novos planos a partir da próxima segunda, 23 de julho, sob pena de multa diária de R$ 200 mil pelo descumprimento da determinação.

Para operadoras, a culpa é das leis sobre antenas

O SindiTelebrasil, sindicato das empresas de telefonia móvel e pessoal, emitiu comunicado onde se diz “surpreso” com a determinação. Diz o texto que, por ser baseado em reclamações feitas no call center da Anatel (e, olha só, não é que isso funciona mesmo?), os estudos não batem com a realidade das operadoras. No mesmo sentido, disse que a culpa é da legislação de estados e municípios por criarem impasses na instalação de novas antenas — problema já alegado pela entidade quando o Procon-RS suspendeu a venda de novos planos em Porto Alegre, semana passada.
A reportagem da Folha apurou que, em alguns casos, a burocracia coloca até três anos entre o pedido e a obtenção da licença para a instalação de uma nova antena e que os processos são individuais, o que torna tudo ainda mais demorado. Com a proximidade da Copa das Confederações e o término para a implantação das primeiras antenas 4G, o Governo Federal estuda mudanças no sentido do Brasil ter uma legislação única para a matéria. A Vivo, que escapou das suspensões mas ainda terá que entregar o plano de investimentos para a Anatel, também reclamou, em nota, da legislação das antenas.

Para o governo, a culpa é da falta de planejamento das operadoras

Mas o governo tem um entendimento diferente sobre essa questão. Segundo Cezar Alvarez, secretário-executivo do Ministério das Comunicações, as operadoras falharam no cálculo da demanda:
“É fruto de um erro de cálculo. Descasaram o arrojo dos planos com a infraestrutura. Houve uma falha das empresas. Se alguém vai tipificar essa falha, fazer juízo de mérito, ou adjetivar boa fé, ou má fé, não é responsabilidade nossa. A empresa é punida pelo próprio mercado. Pela capacidade do cidadão reclamar e consumir (…) Invista, ou não venda.”
Alvarez ainda ressaltou outras ações do governo que visam melhorar as comunicações no país. Dentre elas, abatimento de impostos (PIS, Cofins e IPI) de serviços e roteadores, medida anunciada em fevereiro do ano pssado e que consta na Medida Provisória 563, que já passou pela Câmara e agora aguarda apreciação do Senado. Ele também falou sobre a questão das antenas:
“É supercomplexa. Estamos trabalhando em um país federativo. Em alguns municípios, que sobre o espaço urbano legisla o prefeito e a Câmara de vereadores, queremos ter um padrão de legislação comum. Os municípios ficaram com a parte de proteção da paisagem, do sítio histórico, a preservação da sua orla, de monumentos históricos e paisagens.”
A medida da Anatel arrancou aplausos da Presidente Dilma Rousseff, segundo pessoas próximas a ela no Palácio do Planalto. Um assessor disse que Dilma está sempre usando o celular e comunga das dificuldades que os outros usuários têm. De longe, o Ministro Paulo Bernardo também manifestou apoio à decisão da Anatel, e foi mais incisivo:
“Não pode a operadora vender um plano a milhares de pessoas e não entregar o que vendeu. O consumidor está muito irritado porque compra um produto e não consegue usá-lo. (…) Hoje, todo mundo usa o celular para trabalhar. Já vi catador de produto reciclável com o número do celular no seu carrinho de mão para atender a clientes.”

Claro já tem seu plano de investimento (ou quase)

A Claro saiu na frente e já enviou seu plano de investimento à Anatel. Segundo nota emitida à imprensa, a operadora não mudou nada do que já havia planejado, o que explica a rapidez. A empresa afirmou que investirá um total de R$ 3,5 bilhões para melhorar seus serviços só em 2012 e que o mau desempenho nos três estados onde poderá ser impedida de comercializar novos planos foi devido a “problemas pontuais”.
Apesar da prontidão, os executivos da Claro terão que, no mínimo, revisar e melhorar o plano. Ao UOL, a assessoria de comunicação da Anatel classificou o plano recebido como um “esboço” que não atende o que foi pedido ontem pela agência.

Órgãos de defesa do consumidor apoiam decisão

Maria Inês, coordenadora institucional da Proteste:
“Demorou muito para a Anatel tomar uma decisão desse porte, há anos que os consumidores vêm sofrendo problemas contínuos em relação à prestação de serviços e qualidade do sinal.”
Paulo Arthur Góes, diretor executivo da Fundação Procon-SP:
“O papel da agência reguladora é assegurar infraestrutura eficiente nas telecomunicações para que o setor seja capaz de oferecer serviços adequados sem falhas.”
Dados do Procon-SP revelam que, no primeiro semestre de 2012, foram recebidas 12215 reclamações, aumento de 29% em relação ao mesmo período do ano passado. O “ranking” das piores, segundo esse indicativo, é encabeçado por Claro (1984), seguido por TIM (1385), Oi (996), Vivo (842) e Nextel (506). Em multas, foram R$ 37 milhões em “pouco mais de um ano e meio”.
Em comunicado à imprensa, Veridiana Alimonti, advogada do Idec:
“Os problemas na prestação dos serviços de telefonia móvel precisam de uma resposta à altura do seu impacto e recorrência na vida do consumidor. A decisão da Anatel em suspender a venda de chips em alguns Estados brasileiros sai da lógica de aplicação de multas que muitas vezes não são pagas e avança em exigir maior planejamento e investimentos por parte das operadoras.”
Ela ainda disse que o mesmo rigor da agência na aplicação das suspensões deve se repetir no acompanhamento das melhoras prometidas pelas operadoras.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Megalanches estão na mira da lei

Marcos Labanca/ Gazeta do Povo
Marcos Labanca/ Gazeta do Povo /  
 
 
Nova York vai proibir a venda de refrigerante em embalagens com mais de 480 ml. No Brasil, normas estaduais também explicitam a preocupação com os exageros à mesa

Para tentar conter a obesidade, que se tornou uma epidemia nos Estados Unidos, a prefeitura de Nova York anunciou que proibirá a venda de garrafas e copos de refrigerante com mais de 0,48 litro (480 ml) em restaurantes e lanchonetes. A lei, que deve entrar em vigor no próximo ano, também restringe a venda de refrescos, chá adoçado e bebidas energéticas. No Brasil, o governo federal não faz nenhum tipo de restrição à comercialização dos chamados megalanches (sanduíches e embalagens de refrigerante em tamanho bem maior do que o usual), aqui também considerados os grandes vilões da obesidade. No entanto, em alguns estados há legislações que exigem que o consumidor seja informado a respeito da quantidade de calorias que serão ingeridas.
No estado de São Paulo, as redes de lanchonete fast food são obrigadas a informar aos consumidores o valor calórico e a quantidade de carboidratos, proteínas, gorduras e sódio dos alimentos vendidos. A Lei 14.677, sancionada em dezembro de 2011, determina que as informações sejam impressas nas embalagens, em cartazes ou folders.
Porções gigantes por toda parte
O estudante Everton Batista Gerônimo (foto), 16 anos, é um dos adeptos das megaporções e sua preferência são os lanches fast food. Ele diz que consome esses alimentos pelo menos quatro vezes por semana e não se incomoda com possíveis problemas de saúde. “Acho que faz mal, mas não dá para deixar de comer”, afirma ele, que opta pelo maior copo de refrigerante, de 750 ml.
Os exageros, porém, não se restringem aos sanduíches. Pizzas gigantes e pastéis em “tamanho-família” também são comuns. O preço é um atrativo e atinge pessoas de baixa renda, faixa da população na qual o porcentual de obesidade é maior, segundo nutricionistas.
Em Foz do Iguaçu, uma pastelaria ficou conhecida por vender o salgado em “tamanho GG”. O pastelão, como é conhecido, pesa de 300 a 450 gramas, conforme o recheio. O autônomo Luiz Quadros compra com frequência o quitute, mas garante que sempre leva uma parte para casa, porque não consegue comer tudo de uma só vez.
A porção é grande, diz o proprietário da pastelaria, Milton Leandro da Silva, porque a massa do pastel é diferente da tradicional e não seria possível fazer um pastel nos moldes dos normalmente comercializados. O horário de mais movimento na pastelaria é ao meio-dia, quando muita gente troca o almoço pelo pastel.
Papel do Estado?
O poder público deve regular a venda de grandes porções de alimentos ricos em açúcar e gordura?
Escreva para leitor@gazetadopovo.com.br
As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.
No Paraná, o deputado estadual Pastor Edson Praczyk (PRB) apresentou em outubro do ano passado um projeto semelhante, cuja proposta é fazer com que bares, restaurantes, hotéis, lojas de fast food e similares divulguem a quantidade de calorias nos cardápios. O projeto aguarda parecer da Comissão de Defesa do Consumidor.
Sem ações reguladoras para limitar a comercialização de porções exageradas de alimentos, o governo federal investe em outras formas de prevenção. Entre os programas em prática estão a Política de Promoção à Saúde, criada para estimular a atividade física, e o Programa Saúde na Escola, por meio do qual estudantes são submetidos a avaliações periódicas, inclusive nutricionais, segundo o Ministério da Saúde.
A nutricionista Talita Cestonaro salienta o poder de regulação do governo, mas defende que a existência de leis e informações a respeito das características dos alimentos não basta. O poder público também precisaria incentivar as redes de fast food a oferecerem opções de alimentos mais saudáveis. “O direito à alimentação adequada está garantido na Constituição”, diz.
Professora da Uni­­ver­sidade Federal do Paraná (UFPR), a nutricionista Deise Regina Baptista afirma que o brasileiro está incorporando progressivamente as novidades alimentícias criadas pela indústria e por outros países. Ela ressalta que as megaporções das redes fast food, vendidas em embalagens coloridas e visualmente práticas (além de preços proporcionalmentes mais baixos), trazem também calorias extras e grande quantidade de açúcar e gordura saturada, uma inimiga do coração. Esse padrão de consumo também contribui para a obesidade, que hoje está se tornando um importante problema de saúde pública, afirma a professora. Para ela, a solução passa pela educação do consumidor em relação à alimentação saudável, manutenção do peso e prática de atividades físicas.
Quantidade não é sinônimo de satisfação
Refrigerantes e lanches estão entre os principais vilões da saúde nutricional no Brasil, que apresenta 48,5% de sua população com sobrepeso, segundo a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) 2011, realizada pelo Ministério da Saúde. Apesar de o país ter menor oferta de lanches “tamanho-família”, inclusive nos supermercados, em comparação com a realidade norte-americana, a situação preocupa porque a gula é estimulada pela oferta.
Em geral, os superlanches, vendidos em conjunto com refrigerante e fritas, são mais baratos, proporcionalmente, do que se consumidos em separado. A estratégia leva o consumidor a optar pela maior quantidade, especialmente quando ele está com fome. “Quando pensamos rápido e com fome, não fazemos a somatória das calorias dos alimentos”, diz a nutricionista Talita Cestonaro.
Ela ressalta que o tamanho da porção não implica necessariamente uma refeição satisfatória. O que causa a saciedade são as fibras alimentares contidas nas saladas, por exemplo. E esses lanches em geral contêm poucas fibras e provocam uma saciedade momentânea, que leva a pessoa a comer novamente após um curto período de tempo. A nutricionista diz que, se o consumo for esporádico, e não semanal, como é comum, não há impacto na saúde do paciente.


  Denise Paro, da sucursal/Foto: Marcos Labanca/Gazeta do Povo

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Quenianos chegam com força máxima à Meia Maratona das Cataratas

A 6ª Meia Maratona das Cataratas — “Troféu 100 Anos Corpo de Bombeiros do Estado do Paraná” será a edição com o maior número de corredores africanos confirmados. Ao todo, sete atletas, sendo três quenianos, dois etíopes e dois tanzanianos, compõem o pelotão da elite da corrida, que será disputada no dia 8 de julho, no Parque Nacional do Iguaçu. 
 
 
Na categoria feminino, Dorcas Jepchirchir Kiptarus tenta o terceiro título seguido na Meia das Cataratas. A queniana ainda é dona do recorde da prova, com o tempo de 1h13min31s, registrado em 2011. Dorcas terá a concorrência da compatriota Paskalia Chepkorir Kipkoech, vencedora da São Silvestre de 2009 e da Prova Rústica Tiradentes, disputada em Maringá, em abril de 2012. 
 
Entre os homens, Abraham Kiplagat, de 24 anos, é considerado uma das grandes promessas do atletismo do Quênia e vem para sua primeira Meia Maratona das Cataratas. O atleta tem no currículo o primeiro lugar na Corrida Bank Eldored e na Mimiias Track.
 
Etíopes — O etíope Shambel Tufa Jimma chegou em segundo lugar na Prova Rústica Tiradentes, disputada em Maringá, em abril de 2012. Em maio, ficou na terceira colocação Corrida Maria Zeferina Baldaia, em Sertãozinho, interior de São Paulo. Na mesma prova, sua compatriota Shewaye Wolde Woldemeskel conquistou a primeira colocação e quebrou o recorde. Ainda em maio, Shewaye venceu a corrida de 10 quilômetros de Contagem (MG).
 
Tanzânia — Em 2011, Nelson Priva Mbuya, da Tanzânia, foi segundo colocado na Corrida Pan-Americana, no Rio de Janeiro, e quinto colocado na Volta da Pampulha (MG). Este ano, venceu duas provas realizadas no Paraná: a Corrida 28 de Janeiro, em Apucarana, e a Corrida 15 de Fevereiro, em Cornélio Procópio. No feminino, a prova terá a tanzaniana Zaituni Jumanne Nkoki — terceira colocada na etapa de São José dos Campos do Circuito da Longevidade, no dia 1º de julho.
 
Segundo Moacir Marconi, mais conhecido como Coquinho, técnico dos africanos no Brasil, os atletas chegam dispostos a vencer a corrida. “Todos treinam na altitude e devem vir bem. Nossa expectativa é a melhor possível, inclusive porque esta edição da prova vai reunir muitos atletas fortes”, prevê.
 
A realização da prova é da Concessionária Cataratas do Iguaçu S/A e do ICMBio — Parque Nacional do Iguaçu. A organização fica a cargo da Associação Procorrer de Incentivo ao Esporte e da Yescom. A promoção é da RPCTV, com patrocínio da Itaipu Binacional e apoio da Caixa Econômica Federal, Fundo Iguaçu, Power Ade, Fila, Duty Free Shop e Mabu Hotéis & Resort. A prova tem supervisão e certificação da Confederação Brasileira de Atletismo, Federação Internacional de Atletismo, e Associação Internacional de Maratonas e Corridas de Rua.
 
SERVIÇO:
6ª Meia Maratona das Cataratas
“Troféu 100 Anos Corpo de Bombeiros do Estado do Paraná”
Data: 8 de julho de 2012
Premiação: R$ 60 mil
 
Meia das Cataratas nas redes sociais
 
Grampo Comunicação / Foto Marcos Labanca

terça-feira, 3 de julho de 2012

Gigantes do basquete disputam o Torneio Super Four em Foz

Brasil x Canadá, Copa Tuto Marchand, Foto Marcos Labanca / Fiba


A Confederação Brasileira de Basquete confirmou os horários e as seleçoes que estarão treinando em Foz do Iguaçu para preparação rumo às Olimpíadas de Londres 2012. A seleção masculina disputará o Torneio Super Four entre os dias 11 e 12 de julho contra outros três países; Argentina, Chile e Espanha. O time feminino brasileiro realizará dois amistosos, nos dias 6 e 8 de julho, contra Cuba.
 
Toda uma logística foi montada para melhor atender as estrelas do basquete. A equipe feminina do Brasil desembarca em Foz no dia 03 de julho, e as gigantes do basquete feminino de Cuba chegam no dia 04. Visitas às Cataratas do Iguaçu e Itaipu Binacional já estão agendadas.
 
Com ampla cobertura pelas rádios, televisões, internet e jornais de Foz do Iguaçu, os torneios prometem divulgar a cidade considerada uma das sete maravilhas da natureza. Mais de 20 milhões de pessoas, de toda a América Latina, assistirão ao vivo pela SporTV os jogos das seleções.
 
Segundo o secretário de esportes, Márcio Ferreira, um grande publico está sendo esperado para os torneios Super Four e Desafio Internacional. “O Ginásio de Esportes Costa Cavalcanti está sendo preparado, a fim de receber os gigantes do basquete mundial. A equipe da Secretaria de Esportes está trabalhando em conjunto para realizar um dos maiores eventos esportivos que a cidade já sediou”, destacou o secretário, Márcio Ferreira.
 
A realização do evento é uma parceria entre Confederação Brasileira de Basquete, Federação Paranaense de Basquete, Prefeitura de Foz do Iguaçu, Eletrobrás e Itaipu Binacional. Segue tabela com dias e horários:
 
Dia                                Equipes                           Horário             Modalidade
06/07                            Brasil X Cuba     21h                   Feminino
08/07                            Brasil X Cuba           11h                   Feminino
11/07                           Argentina X Chile            18h                   Masculino
11/07                            Brasil X Espanha B     20h                   Masculino
 
No dia 12 de julho a grande final será às 21 horas, entre os ganhadores dos jogos do dia 11.
 
(Assesssoria)

domingo, 1 de julho de 2012

Seleção feminina convoca duas paranaenses para os Jogos de Londres

Marcos Labanca/ Gazeta do Povo
Marcos Labanca/ Gazeta do Povo / Renata, Barbara e Bruna, do Foz, vão representar a seleção nas Olimpíadas de Londres  
Renata, Barbara e Bruna, do Foz, vão representar a seleção nas Olimpíadas de Londres


A volante Renata Costa, do Foz Cataratas, e a goleira Andreia Suntaque, do Juventus (SP), foram chamadas pelo técnico Jorge Barcellos

Duas paranaenses foram convocadas nesta sexta-feira (29) para a seleção brasileira feminina de futebol, que tentará a inédita medalha de ouro nas Olimpíadas de Londres. A meio-campista Renata Costa defende o Foz Cataratas, enquanto a goleira Andreia Suntaque joga pelo Juventus (SP). A goleira Barbara e a zagueira Bruna não são paranaenses, mas atuam no Foz. Ao todo, o técnico Jorge Barcellos chamou 18 atletas para os Jogos.
A avante Thaisinha sofreu uma lesão no último treino antes da convocação e passará por exames para saber ser terá condições de viajar. Caso ela seja cortada, a atacante Daniele Pereira será chamada.
Antes da estreia contra Camarões (25/7), em Cardiff, no País de Gales, no entanto, a seleção vai participar de um torneio preparatório na Suíça a partir do dia 14 de julho, contra Colômbia e Canadá, além de também encarar um amistoso contra a Irlanda, no dia 11. O grupo se concentra na Granja Comary a partir do dia 3 de julho – a viagem para a Europa está marcada par ao dia 6.
Na primeira fase da Olimpíada, o Brasil também enfrentará a Nova Zelândia (28/7), também no País de Gales, e a Grã-Bretanha (31/7), em Londres.
Confira a lista das convocadas:
Aline Pellegrino - Football Club Roosiyanca/Rússia
Andreia Suntaque - Juventus/SP
Barbara Micheline - Foz Cataratas/PR
Bruna - Foz Cataratas/PR
Cristiane - Football Club Roosiyanca/Rússia
Daiane (Bagé) - São José/SP
Elaine - Tyresö/Suécia
Erika - Centro Olímpico/SP
Ester - Football Club Roosiyanca/Rússia
Fabi - Football Club Roosiyanca/Rússia
Formiga - São José/SP
Francielle - São José/SP
Grazielle (Grazi) - Associação Portuguesa de Desportos - Lusa/SP
Marta - Tyresö/Suécia
Maurine - Centro Olímpico/SP
Renata Costa - Foz Cataratas/PR
Rosana - Olympique Lyonnais/França
Thaisinha - Vitória/PE

 Fernando Rudnick / Foto Marcos Labanca/Gazeta do Povo

Juízes ameaçados, Justiça prejudicada

Marcos Labanca / Gazeta do Povo
Marcos Labanca / Gazeta do Povo / “A gente não pode se descuidar” Leonardo Stancioli, juiz  
“A gente não pode se descuidar” Leonardo Stancioli, juiz
 
Falta de estrutura e preparo do Estado para garantir proteção em casos de ameaça deixa magistrados à mercê da própria sorte.
O afastamento do juiz federal Paulo Augusto Moreira Lima do processo contra o bicheiro Carlinhos Cachoeira evidenciou os perigos que magistrados e promotores públicos correm no exercício da função. Lima denunciou 79 réus no caso e passou a receber ameaças de morte. “Ele já tinha recebido intimidações pessoais e não se incomodou muito, mas, quando a ameaça foi para a família, não sentiu mais condições de continuar no processo”, conta o conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Jefferson Kravchychyn, que acompanhou a situação.
No Brasil, os profissionais de toga têm se deparado com situações que os deixam vulneráveis. Falta de segurança em fóruns, fragilidades do Estado na proteção do ameaçado e dificuldade em identificar o autor das intimidações são alguns dos fatores que potencializam o risco, atrapalhando o trabalho da Justiça. Kravchychyn lembra que qualquer pessoa que sofra algum tipo de ameaça acaba se desestabilizando.
Henry Miléo / Gazeta do Povo
Henry Miléo / Gazeta do Povo / <b>Tiroteio e luta corporal em pleno fórum</b>: Uma situação vivida pela promotora de Justiça Márcia Isabele Graf (foto) há dois anos, em São José dos Pinhais, ilustra a precariedade da segurança em muitos fóruns. Durante a audiência de um processo envolvendo um réu de uma organização criminosa no fórum da cidade, ela correu o risco de morrer. No momento em que o acusado foi se sentar para prestar depoimento, um homem entrou na sala armado e rendeu o policial que acompanhava a audiência. Logo em seguida, outros criminosos que estavam no fórum adentraram na sala, todos com o objetivo de libertar o réu. Do outro lado do corredor, dois policiais civis que prestavam depoimentos foram até a sala ver o que tinha ocorrido e teve início uma troca de tiros. Durante a confusão, a promotora percebeu que o réu tinha ficado sozinho e tentava fugir. Márcia então aplicou os conhecimentos do curso de defesa pessoal e imobilizou o acusado, enquanto outros profissionais do fórum não sabiam como agir. “O que me chamou a atenção foi a falta de preparo de todos em uma situação de crise. As pessoas ficam perdidas, não sabem para onde ir”, diz Márcia. O tiroteio terminou com a morte de um criminoso e um policial ferido. De lá para cá, o fórum contratou uma empresa de vigilância patrimonial, o que impede a circulação livre de pessoas
Tiroteio e luta corporal em pleno fórum: Uma situação vivida pela promotora de Justiça Márcia Isabele Graf (foto) há dois anos, em São José dos Pinhais, ilustra a precariedade da segurança em muitos fóruns. Durante a audiência de um processo envolvendo um réu de uma organização criminosa no fórum da cidade, ela correu o risco de morrer. No momento em que o acusado foi se sentar para prestar depoimento, um homem entrou na sala armado e rendeu o policial que acompanhava a audiência. Logo em seguida, outros criminosos que estavam no fórum adentraram na sala, todos com o objetivo de libertar o réu. Do outro lado do corredor, dois policiais civis que prestavam depoimentos foram até a sala ver o que tinha ocorrido e teve início uma troca de tiros. Durante a confusão, a promotora percebeu que o réu tinha ficado sozinho e tentava fugir. Márcia então aplicou os conhecimentos do curso de defesa pessoal e imobilizou o acusado, enquanto outros profissionais do fórum não sabiam como agir. “O que me chamou a atenção foi a falta de preparo de todos em uma situação de crise. As pessoas ficam perdidas, não sabem para onde ir”, diz Márcia. O tiroteio terminou com a morte de um criminoso e um policial ferido. De lá para cá, o fórum contratou uma empresa de vigilância patrimonial, o que impede a circulação livre de pessoas
“A gente não pode se descuidar”
Após uma conversa telefônica interceptada pela polícia entre dois presos, o juiz Leonardo Stancioli (foto acima) recebeu a informação no fim de 2010 de que corria perigo. Atuando em Matinhos, no Litoral do Paraná, como juiz criminal no combate ao tráfico de drogas, ele lembra que logo passou a receber ameaças veladas, com cartas, rondas, recados enviados por terceiros e sondagem da família. As ameaças foram repassadas ao Tribunal de Justiça, que disponibilizou proteção.
Stancioli passou a andar armado, com colete à prova de balas, escoltado e se deslocando em um carro blindado. “Você tem que demonstrar o poder de força no combate a esse tipo de situação, de que está protegido, com pessoas ao seu redor, para que vejam que você não está sozinho.”
A proteção ostensiva durou dois meses até que as ameaças foram se reduzindo. No entanto, os cuidados permanecem: “Hoje não estou em risco. Estou em alerta sempre. A gente não pode se descuidar desse tipo de situação”. Os cuidados de segurança incluem até a mudança de endereço da família, que não vive na mesma cidade do magistrado. Stancioli assumiu na semana passada o posto de juiz substituto em Foz do Iguaçu, onde lhe chamaram a atenção a presença de agentes e a existência de portas com detector de metais no fórum – situação diferente da encontrada em muitos locais.
Atentados
Relembre alguns atentados contra magistrados que aconteceram no Brasil:
Jan 2012 – O fórum de Rio Claro (SP) é alvo de atentado à bomba. Já em Nova Serrana (MG), o fórum sofre um incêndio criminoso. No Ceará, parentes de uma magistrada são agredidos.
Ago 2011 – A juíza Patrícia Acioli é morta com 21 tiros ao chegar em casa, em Niterói (RJ). Onze pessoas são acusadas de envolvimento na morte da juíza, que condenou policiais militares acusados de liderar grupos de extermínio em São Gonçalo (RJ).
Out 2010 – O juiz Marcos Caires Luz tem a casa alvejada, em Santa Isabel do Ivaí (PR).
Ago 2010 – O presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe, Luiz Mendonça, tem seu carro atingido por 30 tiros de vários calibres. Ele foi ferido no ombro por estilhaços.
Dez 2005 – Um homem tenta invadir o Hotel de Trânsito do Exército, em Ponta Porã (MS), para matar o juiz federal Odilon de Oliveira.
Mar 2003 – O juiz-corregedor da Vara de Execuções Criminais de Presidente Prudente (SP), José Antonio Machado Dias, é morto na saída do fórum. O crime teria sido encomendado por um dos líderes de uma organização criminosa.
Mar 2003 – O juiz Alexandre Martins de Castro Filho, da 5.ª Vara de Execuções Penais do Espírito Santo, é assassinado.
Dê sua opinião
O que o Estado precisar fazer para garantir proteção a quem deve zelar pela Justiça no Brasil?
Escreva para leitor@gazetadopovo.com.br
As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.
Os últimos dados do CNJ, de novembro de 2011, indicam que 150 magistrados estão ameaçados no país, dos quais 61 recebem escolta. Mas os números podem ser ainda maiores: uma estimativa nacional feita pelo desembargador paranaense aposentado João Kopytowski há dois anos apontava cerca de 400 magistrados ameaçados. Além das intimidações, o país também contabiliza mortes, como a de Patrícia Acioli, em 2011, no Rio de Janeiro. A juíza atuava na área criminal e tinha condenado diversos policiais militares.
Magistrados e promotores criminais estão mais expostos aos riscos, mas não são os únicos a sofrer ameaças. O presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho, Renato Sant’Anna, estima que do ano passado para cá as ameaças contra juízes do trabalho aumentaram bastante. “Sempre que um juiz contraria algum interesse econômico ou individual, ele fica sujeito a esse tipo de coisa.” Segundo Sant’Anna, o Estado brasileiro não está preparado para lidar com a segurança de seus agentes, pois, completa, faltam um procedimento padrão e uma resposta imediata.
Reflexo
As ameaças significam um ataque à democracia e ao modo que a sociedade deliberou para resolver seus conflitos, avalia o juiz e professor da Universidade de Brasília Paulo Blair. “Essas ameaças existem, não são desprezíveis, consomem recursos públicos para proteção, geram insegurança no exercício da função e, se não controlarmos isso na raiz, podemos chegar a uma situação semelhante à da Colômbia.” Lá, a insegurança obrigou magistrados a julgar os casos sem mostrar a própria face.
Diante da situação, entidades e o Estado têm se mobilizado para oferecer maior segurança aos profissionais ameaçados. O CNJ orienta os tribunais a criarem protocolos técnicos para o atendimento aos que sofrem ameaças. No Paraná, o Tribunal de Justiça sugere um convênio com policiais da reserva para aumentar a segurança nos fóruns.
Já o presidente da As­sociação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Nelson Calandra, defende uma lei penal mais efetiva e “punição àqueles que agridem a própria sociedade”. Segundo Calandra, as mudanças propostas no Código Penal (o projeto começou a tramitar nesta semana no Senado) podem ter reflexos na segurança dos juízes, que, apesar das ameaças, não têm sido intimidados: “A magistratura é extremamente corajosa”, garante.
Judiciário debate como melhorar a segurança
Diante das fragilidades encontradas, autoridades e associações do Judiciário têm realizado ações para aumentar a proteção de seus profissionais. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), por exemplo, verificou que os tribunais estaduais careciam de protocolos técnicos para o atendimento aos profissionais que sofriam ameaças. “Estamos fazendo um trabalho de criação destes protocolos para que, quando houver ameaça ao magistrado, isso seja analisado por um grupo técnico e sejam verificados os procedimentos a serem tomados”, explica o conselheiro Jefferson Kravchychyn, que integra o grupo de segurança de magistrados no CNJ.
Outro ponto a ser melhorado é a conscientização de que armas e drogas que servem como provas de processos não devem ficar armazenadas nestes locais. Também os fóruns precisam ter protocolos e equipamentos de segurança, além de uma arquitetura que proteja os trabalhadores. O desembargador aposentado João Kopytowski, que visitou várias unidades, avalia que a segurança nos fóruns é “precaríssima”. Segundo ele, são necessários mais equipamentos de segurança, construções mais seguras e treinamento dos funcionários.
Para o diretor de segurança da Associação dos Magistrados do Paraná (Amapar), Carlos Klein, a estrutura de segurança ainda é precária em muitos fóruns de Curitiba e do interior e é preciso melhorias. No entanto, diz que armas e drogas não têm permanecido nestes locais e são poucas as situações de ameaças envolvendo magistrados no estado.
Monitoramento
Com reuniões constantes, a Comissão de Segurança do Tribunal de Justiça do Paraná realiza um trabalho para diminuir, minimizar e fornecer aos juízes sugestões de posturas a serem adotadas em caso de intimidação. A comissão também tem atuado visando melhorar a segurança nos fóruns. Segundo o desembargador Jorge Massad, armamentos e drogas estão sendo recolhidos. “Já é uma preocupação a menos”, diz, completando que não há no Paraná nenhum caso grave de ameaça contra juiz.
A comissão também está dando sugestões para a construção de fóruns e acompanhando a licitação de equipamentos de segurança.
Outra proposta do Judi­ciário é o aproveitamento dos policiais militares da reserva para a segurança de fóruns e locais públicos, substituindo os homens da ativa. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Segurança Pública, será feita nesta semana uma reunião com os magistrados sobre a proposta, que também interessa ao órgão.


Bruna Maestri Walter / Foto Marcos Labanca/Gazeta do Povo

Exemplar, Lei Maria da Penha padece de falta de estrutura

Marcos Labanca/ Gazeta do Povo
Marcos Labanca/ Gazeta do Povo /
Brasil não tem delegacias, juizados e casas-lares em número suficiente para proteger as mulheres vítimas de violência
Vista pela Organização das Nações Unidas (ONU) como uma legislação exemplar no combate à violência contra a mulher, a Lei Maria da Penha esbarra em dificuldades estruturais para ser aplicada na prática. A falta de delegacias especializadas, juizados especiais e casas-abrigo comprometem a eficácia da lei criada para proteger a mulher e punir os agressores. Mesmo quando essas estruturas existem, os funcionários são em número insuficiente e mal treinados.
Os dois principais desafios mapeados pela Comis­­são Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre a Violência contra a Mulher, que deve vir ao Paraná no próximo dia 25, remetem justamente à falta de estrutura física e recursos humanos em dois órgãos essenciais para fazer valer a lei: as delegacias especiais de atendimento à mulher (Deam) e os juizados de violência doméstica.
Acusação
Entidades de proteção à mulher denunciam delegacia de Curitiba
Movimentos sociais de defesa da mulher acusam a Delegacia da Mulher de Curitiba de descumprir a Lei Maria da Penha. Entre os atos de omissão, a suposta exigência de flagrante para lavrar boletim de ocorrência (BO) e o pedido para que a mulher voltasse ao seu bairro de origem para fazer o BO na delegacia da região. A denúncia foi feita na semana passada à seção paranaense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
“Temos notícia de que a delegacia se recusa a atender as mulheres e alega que, por falta de policiais, é preciso retornar à delegacia do bairro. Também são despreparados, perguntam à mulher várias vezes se ela tem certeza de que sofreu violência. É um constrangimento e uma nova violência contra a vítima”, diz Ludmilla Nascarella, conselheira da ONG Espaço Mulher. “Sem o BO, a mulher fica de mãos atadas, não consegue audiência no juizado para ter direito à medida protetiva, por exemplo.”
A delegada titular da delegacia, Maritza Haisi, nega os fatos e diz que a ordem é para que o servidor atenda toda vítima que procure o serviço. O problema, de acordo com ela, é que a delegacia não tem competência para investigar certos tipos de crime, como os de natureza patrimonial ou homicídios. “O decreto que criou a delegacia [da mulher] limitou a atuação dela, e, nesse caso, até fazemos o primeiro atendimento, mas o BO é encaminhado para a delegacia que trata daquele crime específico.”
A presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB, Sandra Lia Barwinski, diz que o fato de a delegacia ter sido criada por decreto em 1985, antes da Lei Maria da Penha (2006), realmente limita o seu poder de investigação, mas que é preciso esclarecer os servidores de que a autoridade policial tem a obrigação de receber toda e qualquer denúncia. (VP)
Entre as melhores do mundo
A Lei Maria da Penha, aprovada por 80% da população brasileira segundo pesquisa da Fundação Perseu Abramo em 2011, também é elogiada ao redor do mundo. Conforme relatório publicado em 2009 pelo Fundo de Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas para a Mulher (Unifem), a legislação brasileira está entre as três melhores do mundo no quesito combate à violência contra a mulher. As outras duas são a Lei de Violência Doméstica da Mongólia e a Lei de Proteção Contra a Violência da Espanha, ambas aprovadas em 2004.
No Brasil, menos de 10% dos mu­­nicípios têm uma Deam e as que estão em fun­­cionamento não têm policiais suficientes para atender as vítimas e investigar os casos. O Paraná é um exemplo. Apenas 11 dos 399 municípios do estado têm uma Deam, o que corresponde a 2,7% do total.
Na capital, a única delegacia especializada vive sobrecarregada desde que a lei foi aprovada, em 2006. Segundo a delegada titular, Maritza Haisi, naquele ano foram instaurados 127 inquéritos, com uma equipe de 18 servidores. Em 2011, o efetivo aumentou para 36 profissionais, mas o número de inquéritos subiu de forma exponencial: havia 8 mil em trâmite.
No caso dos juizados especiais, a situação é similar. Existem 60 deles em todo o país, dois no Paraná (Curitiba e Londrina), embora a demanda seja até dez vezes maior. Nestes locais são apreciados pedidos importantes, como o da medida protetiva, que impede o agressor de chegar perto da vítima. “Os investimentos são incompatíveis com a grandeza da lei”, analisa a médica legista Maria Letícia Fagundes, autora do Projeto MaisMarias, que esclarece a população a respeito da lei.
Ela lembra que outro mecanismo importante de combate à violência praticamente inexiste no estado: as casas-abrigo, para onde são encaminhadas as vítimas que correm risco de morte. Hoje, no Paraná, há apenas um local deste tipo na capital e cinco no interior. No Brasil, existem 70.
“É muito pouco. Cerca de 50% das mulheres correm risco de vida e não poderiam voltar para suas casas”, diz. O resultado é desanimador sob qualquer prisma: ou as mulheres denunciam, voltam para casa e apanham (ou são mortas), ou desistem de denunciar, pois sabem que terão de encarar o companheiro. Ambas as atitudes enfraquecem a tão comemorada lei. Segundo o Mapa da Violência 2012, divulgado no mês passado, 68% dos casos de agressão à mulher ocorrem dentro de casa.
Não existem estatísticas confiáveis
A falta de dados sobre a violência contra a mulher também preocupa as autoridades. Se hoje o Brasil resolvesse de fato o problema da falta de orçamento para o setor, ainda assim não saberia por onde começar, já que as estatísticas inexistem ou são pouco confiáveis. “Sabemos que o Paraná é o terceiro estado onde mais morrem mulheres, mas não sabemos quem são elas, se fizeram boletim de ocorrência, se procuraram o serviço de proteção da Justiça e se foram atendidas”, explica a deputada federal Rosane Ferreira (PV-PR), uma das integrantes da CPMI.
Esse vazio estatístico também é apontado pelo deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR), outro membro da comissão, como o grande desafio do Brasil na área. O parlamentar sentiu pessoalmente tal dificuldade: ao pedir dados para a CPMI, ouviu dos estados que as informações inexistiam ou não estavam tabuladas e disponíveis. “Ainda não concluímos os trabalhos, mas já percebemos que há um total desaparelhamento do Estado para cumprir a lei com eficácia. No país todo”, avalia Rosinha.
No próximo dia 25, os parlamentares visitarão órgãos que integram a rede de proteção à mulher no Paraná, como a Secretaria de Estado da Segurança Pública e o Tribunal de Justiça, além da Assembleia Legislativa do Paraná.
OAB vai propor melhorias no atendimento
Até o dia 25, um grupo de estudos da OAB no estado, coordenado pela advogada Sandra Lia Barwinski, deverá colocar em votação uma série de medidas que visam ao aprimoramento da infraestrutura de atendimento à mulher no Paraná. Serão discutidas em torno de 20 propostas, e o objetivo é que pelo menos dez sejam encaminhadas à CPMI que trata do tema no Congresso. O documento pretende focar em particularidades enfrentadas pelo Paraná na área. A primeira, de acordo com Sandra, é a ausência de um centro de reeducação do agressor, uma medida elogiada mundo afora, mas que ainda não é realidade em Curitiba.
Hoje, há iniciativas isoladas, como a do juizado especial da capital, que oferece oficinas, palestras e encontros com psicólogos para os agressores, além de conversas entre o casal para tentar entender o que leva à violência. Nenhuma, no entanto, é política de Estado. “São iniciativas individuais, como a da juíza, mas não foram formalizadas, institucionalizadas”, diz a advogada.
Outra medida urgente é a estruturação da Defensoria Pública no estado, com a consequente criação de um núcleo de atendimento à mulher vítima de agressão. Hoje, cerca de 80% das vítimas são das classes C, D e E, negras ou pardas e sem escolaridade nem renda para contratar um advogado, o que demonstra a urgência de tal iniciativa.
Por fim, o órgão recomendará que seja criado um núcleo da OAB dentro das delegacias, com um advogado pago pelo Estado, e que esteja presente no local 24 horas por dia para prestar esclarecimento sobre a lei às vítimas, além da presença do delegado durante os plantões, algo que hoje não ocorre, por falta de efetivo.

Vanessa Prateano/ Foto: Marcos Labanca/Gazeta do Povo.